Obrigada!

Ainda me lembro muito bem do dia em que “vi” Jacques Villeneuve pela primeira vez. A data era exatamente esta, 8 de março, mas de 1996. Eu tinha 15 anos, era uma adolescente, cheia de sonhos e paixões, e ele tornou-se mais uma delas, ou melhor, a maior de todas.
Ele acabara de chegar à Fórmula 1 (seria sua primeira temporada na categoria) e eu, que desde que me entendi por gente, acompanhava este esporte ao lado de meu pai (mas fiquei afastada pela mesma razão que a de milhões de brasileiros), despertei novamente o gosto pela velocidade.
Não vou negar que a primeira coisa que me chamou a atenção em Jacques Villeneuve foi sua beleza. Também gente, eu era apenas uma menina de 15 anos!!! Como não ficaria encantada com este canadense tão lindo?! ... hehehehe ....
Desde o primeiro treino de Villeneuve na F-1, eu jamais deixei de acompanhá-lo. A paixão que sentia por vê-lo competir e vencer é a mesma que muitos sentem por seus times de futebol. A cada treino, corrida ou pontos conquistados, eu vibrava, sofria, me angustiava.
Muitas e muitas vezes, as pessoas que sempre estiveram ao meu lado nestes anos, vivenciaram comigo, momentos que jamais esquecerei. O que eu teria feito se a Carol não tivesse gravado tantas corridas quando eu não pude? Como eu suportaria os momentos difíceis se minha querida mãe (sofrendo duplamente, por mim e pelo Villeneuve), não tivesse ficado comigo, sempre pensando positivo e me consolando quando eu precisava? Como eu suportaria os momentos de raiva e frustração, sem as gracinhas e piadas que meu pai e minha irmã sempre gostavam de fazer para me deixar alegre? Ainda tinha a Vick, minha amiga que estava sempre disposta a comentar comigo cada corrida, cada novidade sobre este canadense bicho-grilo.
Mas estes foram os amigos do meu convívio, aqueles que estiveram ao meu lado fisicamente. Digo isso, porque graças a este piloto que muitos não gostam, eu ganhei a amizade de algumas pessoas que espero levar para o resto da vida comigo. São elas: Rosana, minha querida amiga de Sampa, fã do Schumacher, e com quem eu jamais tive uma discussão sequer, mesmo que gostássemos de pilotos na época adversários. Da minha amiga de BH, Cláudia, com quem dividi os sentimentos de frustração e tristeza na época da BAR. E mais recentemente, os queridos amigos Renato, aqui do Rio, Luane, do Rio Grande do Sul, Fabiane, também de Sampa e Andrew, do Canadá, conterrâneo de Villeneuve.
Mas a coisa mais importante que este homem tão distante do meu mundo fez por mim está relacionada ao momento mais difícil da minha vida, quando deixei minha família para me mudar para outra cidade, em busca do meu futuro, a faculdade de Jornalismo. O fato de saber que a cada duas semanas eu teria o consolo de assistir aos GPs, de ver uma pessoa que me trazia de volta as lembranças dos momentos felizes que tinha vivido ao dos meus pais, da minha irmã e meus dos amigos, me dava forças para suportar a saudade, e fazia o tempo passar mais rápido.
Hoje, 10 anos depois, continuo a achar que Jacques Villeneuve é lindo e apaixonante. Mas acima disso, para mim, ele é uma pessoa que sabe o que quer, segue seus princípios, fala o que pensa (e por isso paga um preço), mas que acima de tudo é honesto com ele mesmo e com aqueles com quem convive. É por isso que eu o admiro, pela sua transparência, pelo seu talento (mesmo que ele não seja o melhor, e não estou dizendo, nem querendo provar isso aqui), e pelo seu jeito alegre de viver e aproveitar a profissão que escolheu.
Ao entrar na minha vida naquele dia 8 de março de 1996, Jacques Villeneuve me trouxe momentos e pessoas que jamais serão esquecidos e que estarão para sempre em meu coração. Por isso escrevi este texto, para agradecer a esta pessoa tão especial (mesmo que seja impossível ele tomar conhecimento disto) e a todos que estiveram e continuam comigo, pois mesmo que as vitórias e o respeito do mundo da F-1 com ele tenham desaparecido ou diminuído, ele continuou. E eu também.


Kisses,
Ludy

Comentários

Anônimo disse…
Ai que lindo!!!
O texto e o Ville, é claro!!!! hehehehe...
tati!!!
Anônimo disse…
Mila,
Só nós conhecemos sua paixão pelo Villeneuve. E seus "sofrimentos" também já que a vida não é fácil para os que são sinceros. Sempre disse isso a vc. Hoje em dia fica difícil de se encontrar pessoas autênticas que dizem o que pensam, mesmo que esteja na "contra-mão", porque o preço pode ser alto. O caminho é mais longo e penoso. Em um mundo competitivo como a Fórmula 1, ao invés de se matar um leão por dia, como a maioria, um cara igual a ele tem que detonar pelo menos cinco deles....dos grandes ou então correr o risco de se tornar um Rubens "tudo que seu mestre mandar faremos todos" Barrichello (arghhh!!!!). Em todos os setores da vida é deste jeito.
C'est la vie.
Um beijão
Anônimo disse…
Mimila, muiito lindo o texto, amei!!!!!!! Não tenho ne o que dizer, fiquei emocionada. Beijinhos!!!!!!
Anônimo disse…
Putz... só faltava eu pra comentar... mas já pedi desculpas, os últimos 10 dias não foram nem um pingo normais em minha vida.... esse "singelo" Blog está na minha listinha dos preferidos, logo, cada vez q entro na net, faço a batida básica no orkut e por ele.
No momento q li, ele acabava de ser postado, e vou t contar, fiquei muito emocionada... emocionada por fazer parte dessa história, emocionada pelo Lindo Ville, feliz por ser amiga da Ludmila e acho q o mais importante foi admirada e encantada com o estilo da minha amiga... nossa, muito bom ver a profissional atuando, vc continua escrevendo muito bem, na verdade, está escrevendo melhor do q nunca. Enqto ia lendo, seus sentimentos se transportaram para mim... senti o q vc sentia só com a leitura... isso não é poderoso???
Pra acabar esta carta... hahahahaha... Villeneuve é O cara... ouço esse nomezinho vitorioso desde 1995, e é minha maior tristeza não te-lo acompanhado desde essa época em q abalava a Indy... mas não há ser mais destemido, verdadeiro e lindo!!!!

Beijos Mimila

Vick Z.

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