O Superman que eu vi em "Batman vs. Superman: A origem da Justiça"
Batman vs. Superman está na sua segunda semana de exibição nos cinemas e só agora eu venho aqui escrever sobre o que achei do filme. Na verdade, não farei análise técnica, porque não sou especialista. O que quero abordar mesmo é a parte do filme que mexeu comigo, ou seja, Superman.
Portanto, se vocês não assistiram ainda, melhor não continuarem, pois comentarei com alguns spoilers importantes. E já aviso, aqui quem fala é uma fã, alguém que ama Superman desde sempre, alguém que acredita que ainda há sim espaço no mundo para pessoas que querem fazer o bem, para humanos que se inspirem ao ver um personagem como Superman.
Então vamos lá... Up Up and away...
Muitas pessoas que conheço, pessoalmente ou apenas via internet, se chocam ao descobrirem que eu amo Superman. Geralmente elas argumentam assim: “Mas ele é alienígena, não sofre, não morre, é um personagem tão chato!”.
E toda vez que eu escuto isto me dá preguiça de contra-argumentar porque estes argumentos para mim são rasos. Superman é um personagem complexo e cheio de esperança. Ele é sim um alienígena, mas ele escolheu ser humano, ele sofre sim, porque ama e ele morre sim, como ficou claro para quem viu BvS.
Quando Supes se tornou filme pela primeira vez, em 1978, o mundo para o qual ele foi trazido à vida nas telonas era outro, era um lugar que aceitava o bem de coração menos armado, era um mundo que via o próximo com mais compaixão e amor. Este mundo não existe mais e alguém que represente isto não é bem visto, então há quem ache Superman chato, porque “as pessoas odeiam o que elas não entendem” citando o que Martha disse a Clark.
E é através deste ódio contra aquele que tenta fazer o bem, que vemos o personagem sofrer durante Batman VS. Superman. E nem digo a dor física, mas sim aquela que atinge os sentimentos. Clark/Kal-El/Superman não consegue entender o motivo do mundo que ele escolheu proteger, que ele decidiu que seria a sua casa, que ele ama como o seu, rejeitá-lo. E como qualquer humano, ele sofre, reflete sobre isto e tenta fazer o melhor que pode para superar esta rejeição.
O problema é que nada do que ele faz adianta, pois o mundo (do filme e da realidade), não percebe que todos os sentimentos que Superman tem dentro dele fazem parte do que o torna tão parecido com a gente. Que por conta de todas estas dúvidas e questionamentos existenciais, ele, criado por humanos e amado por uma humana, é sim, humano. E o mais importante, por escolha.
Por isto gostei de Batman vs. Superman, pois foi um filme que falou mais sobre os personagens e seus sentimentos falhos ou não, suas motivações do que apenas do enfrentamento físico. A “briga” entre os dois principais durante todo o filme jamais foi de poder ou força, mas de ideais, princípios.
Para mim o filme mostrou como dois homens vindos de mundos completamente diferentes, com vidas totalmente distintas e criações tão opostas, podem, no fundo, querer a mesma coisa: proteger o mundo.
Bruce Wayne/Batman depois de tantos anos de luta está cansado e sem esperanças de que os homens bons permaneçam assim, mas continua lutando para proteger quantos puder porque é o que ele sabe fazer. Só que para o defensor de Gotham, proteger o mundo veio de uma experiência traumática, a perda dos pais.
Do outro lado temos Clark Kent/Superman, alguém que está se descobrindo como herói, mas que enxerga na humanidade a esperança necessária para fazer o mundo melhor, que tem em Lois amor e apoio incondicionais, que tenta fazer o bem porque este foi o ensinamento que seus pais humanos, lhe deram. Para Clark, proteger o mundo veio de uma experiência de amor, sentimento vindo de Jonathan, Martha e Lois.
E acredito que talvez seja por isto que muitas pessoas rejeitem Superman no mundo atual (no filme e na realidade), elas não entendem o poder e a capacidade de amar de Clark, porque talvez tenham medo de se permitirem amar como Superman faz, sem exigir nada em troca.
Mas mesmo sem esta reciprocidade de sentimento, Clark se sente impotente por ver o mundo o enxergando como um vilão, quando sua única intenção é proteger a todos. Então o que ele faz? Procura abrigo e força nas palavras das pessoas que ama e que o amam de volta, Martha, sua mãe, e Lois, sua namorada. E até mesmo em seu pai, através do sonho.
E daí eu pergunto: como é possível que as pessoas não se conectem com isto? Quem são aqueles que você procura quando está triste, perdido, se sentindo arrasado por problemas da vida, por situações difíceis? Quem são as pessoas que te apoiam quando mundo te dá as costas ou quando você está no fundo do poço? A resposta é simples: sua família, seus amigos, seus amores.
E se fazemos isto, por que Superman também não pode fazê-lo? O que há de errado em admitir que mesmo aquele ser mais poderoso fisicamente tem seus momentos de fraqueza e precisa da ajuda de quem ele ama?
Para exemplificar melhor porque Superman é um personagem com o qual a gente pode sim se identificar, uso uma frase que eu amo, que foi dita pela Lois Lane em “Adventures of Superman Volume 1 #640 – Julho 2005”, e resume bem quem é este super-herói: “Você olha para o Superman e fica imaginando, o que ele tem para se preocupar? O que pode machucá-lo? Mas só porque a pele dele é impenetrável, não significa que o coração dele seja. E é assim que você machuca o Superman. Você machuca o coração dele”.
Não há citação mais perfeita para explicar Superman em BvS e em qualquer universo do que esta. O coração que se importa com os humanos e vê neles a esperança de um mundo melhor, o coração que ama sua mãe como a pessoa mais preciosa, o coração que tem em Lois Lane o amor de sua vida, o seu mundo, como ele mesmo disse antes de se sacrificar para salvar um planeta que não merecia tamanho sacrifício. O coração. A parte do nosso corpo que ama, sofre, pulsa, como o dele.
Outra parte do filme que eu gostaria de comentar é luta contra o homem-morcego. Confesso que foi muito difícil assistir à forma como ele foi quase derrotado por Batman, porque enquanto Bruce queria matá-lo, Superman escolheu não fazer o mesmo, algo que ele poderia fazer facilmente, se quisesse.
No momento mais difícil, quando estava prestes a ser derrotado, Superman suplicou pela vida de sua mãe, jamais pela dele. Ele agiu por amor, escolhendo a vida da pessoa que lhe fez mais humano do que muitos propriamente humanos. Assim como escolheu a vida de Lois e das pessoas do mundo, ao sacrificar-se na luta contra Doomsday.
Tudo isto mostra a beleza e a bondade de um personagem que por vir de outro planeta, por ter poderes que poderiam destruir o mundo, por ser quase imortal, ainda assim escolhe fazer o bem, escolhe proteger, escolhe amar. Sempre.
E se depois disto você ainda acha que ele é chato, com quem não consegue se conectar, ou que merece morrer (como vi em muitos lugares na internet e até no próprio cinema, o que só comprova o que o filme disse o tempo todo), então eu realmente acho que não há mais nada que eu possa dizer.
A verdade, é que para mim, Superman sempre será uma fonte de inspiração, um personagem com o qual poderei me identificar e em Batman VS. Superman, a mensagem final comprova isto quando Bruce em seu monólogo conclui: “Os homens ainda são bons. Nós lutamos. Nós matamos. Nós traímos uns aos outros. Mas nós podemos reconstruir. Nós podemos fazer melhor. Nós faremos. Nós temos que fazer”.
Estas palavras repletas de esperança vindas daquele que no começo do filme era o personagem mais sem fé no lado bom do ser humano, assim como o fato dele não ter deixado sua marca em Lex Luthor na cena da cadeia, comprovam o alcance da bondade e da crença de Superman na humanidade. Ele fez Bruce Wayne voltar a acreditar que um mundo melhor é possível.
Como Martha Kent sabiamente disse: “Seja o herói deles, Clark. Seja o anjo deles, o monumento deles, seja o que eles precisarem que você seja... ou não seja nada disto. Você não deve nada a este mundo. Você nunca deveu”.
E ela estava certa porque na verdade, o mundo é que deve a ele, e o filme deixou isto bem claro: “Se você procura por seu monumento, olhe a sua volta”.
Comentários aleatórios: Tudo de Clois foi uma perfeição. Tudo, não há o que dizer. Jamais esperava pelo que vi e fiquei maravilhada com a forma como o relacionamento de Clark e Lois foi retratado. A cena da banheira, ele se despedindo dela antes de morrer, o anel de noivado, tudo.
Adorei a presença da Wonder Woman e para minha surpresa, curti esta versão de Lex Luthor. Também adorei o Alfred e é claro, Ben Affleck como Batman, embora tenho amado mesmo o que ele fez com Bruce Wayne.
Bom, acho que é isto. Já falei muuuuuuuiiiiito!!! Encerro com estes gifs de Henry, pois eles me representam e muito!
Kisses, Ludy
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Adorei a presença da Wonder Woman e para minha surpresa, curti esta versão de Lex Luthor. Também adorei o Alfred e é claro, Ben Affleck como Batman, embora tenho amado mesmo o que ele fez com Bruce Wayne.
Bom, acho que é isto. Já falei muuuuuuuiiiiito!!! Encerro com estes gifs de Henry, pois eles me representam e muito!
Kisses, Ludy
Comentários
Adorei o filme. Ele não é perfeito, mas muitos filmes tbm não são. Fico indignada toda vez q ouço q este aí não é o Superman. As pessoas estão tão apegadas a outras versões que não aceitam esta do Zack Snyder, que mergulha no sofrimento do personagem. Se queixam que o Superman não tem nenhum obstáculo pq é poderoso demais, mas tbm acham ruim quando ele passa por um dilema como este, que é uma das coisas mais interessantes dele e que já foi abordada mais de uma vez nas HQs. As pessoas não toleram que o herói, nem sempre seja tão heroico, não aceitam vê-lo em outro cenário além do clássico. Se recusam a sair dessa zona de conforto e querem que tudo seja sempre alegre e divertido.
É incrível como Batman e Superman são dois personagens que funcionam muito bem juntos em qlq lugar q apareçam, seja nas hqs, nos games, nos desenhos e agora no cinema (e torço p/ q apareçam muuuuito juntos rsrsrs).
Coisas que gostei:
1 - Clois!
2 - Todo o arco do Superman. Ele é o protagonista do filme, a história do Batman é apenas acessória a dele.
3 - Lex Luthor tentando jogar a opinião pública contra o Super. Gostei mt do Jesse, por sinal, achei engraçado e ao contrário das versões cinemáticas anteriores, esse Lex Luthor odeia o Superman, quer destruí-lo e usa seu poder e influência p/ isso. Ele não está preocupado em conseguir um pedaço de terra rsrsrs
4 - Batman
5 - Mulher-maravilha
6 - Todas as cenas de ação, inclusive a tal luta rs
7 - A luta contra o apocalypse no final e a morte dele ficaram bem melhores do q no gibi. Me deu um aperto enorme aquela cena.
Coisas que não gostei:
1 - Do jeito que ficou no filme, parece que a briga poderia ter sido facilmente evitada pelo superman. Ele poderia ter falado logo que estava ali p/ salvar Martha desde o início. Mas eu relevo isso, não vou demonizar toda essa cena e o encerramento dela, que foi maravilhoso, por causa desse detalhe.
Concordo com você sobre a questão do se apegar a apenas uma versão e com isto, rejeitar todas as outras. Quando Superman Returns saiu e fizeram um filme praticamente de homenagem aos anteriores, detonaram. Mesmo o filme sendo fraquinho, eu gosto, acho bonito. Daí Zack vem e explora um Superman mais falho, porém ainda poderoso e bondoso em Man of Steel e confuso em BvS (com toda a razão, já que o mundo não o aceita, o odeia até), o povo também reclama. Então fica difícil né?
Concordo contigo sobre o que vc não gostou. Era óbvio que logo no início da luta Clark poderia ter resolvido tudo, mas daí o plot não faria sentido. E como disse, me incomodou que Batman tenha parecido tão mais forte assim, aquilo me irritou. Mas relevei para não me apegar demais ao que não curti. hahaha;;;
Eu sempre tive o pé muito atrás com o Snyder desde o começo, mas eu amei MOS, apesar de não ter gostado de uma coisa ou outra, como Zod, que era chato demais, poderiam ter escolhido outro vilão. Mas o principal ponto forte de Zack para mim foi ter colocado Clois como casal e Lois sabendo que CK é Superman desde o começo, os tornando parceiros. Daí veio BvS e me preocupei que ele fosse focar tudo só no Batman, e me surpreendi com o que vi.
Definitivamente o filme não é perfeito, mas é uma ótima forma de pensarmos além da caixinha. O mundo é bem aquilo que foi retratado ali, filmes de super-heróis também servem para reflexão, não apenas momentos pipoca.
Bjs, Ludy